terça-feira, 29 de novembro de 2011

O que que tem na sopa do nenêm...?

Alícia hoje, no alto dos seus 2 anos, me disse, olhando para o conteúdo da sua mamadeira:

- Qué mamá não mamãe.
- Você não quer mamar filha. O que você quer?
- Coca.

Tudo começou no dia em que descobri a gravidez. Mentira. Começou quando decidi tentar engravidar. Troquei o refrigerante pelo suco. O chocolate por frutas. A batata frita por brócolis e cenoura salteados no azeite. Cereais, castanha-do-pará, e frutas secas. Vamos alimentar bem nosso futuro bebê.
Beta HCG positivo.
Primeira atitude: Cozinhei todos (gente, não é exagero) os tipos de legumes e verduras que tinha em casa e comi. Daí fiquei repetindo pra mim mil vezes olhando no espelho que estava grávida. Pra cair a ficha, sabe? (Viiiiixi, nessa entreguei minha idade, ficha foi pré-histórico). Mas, a primeira "atitude materna" que tive alimentar bem o meu bebê, que agora, não mais futuro, era presente!
E assim seguiram-se os 9 meses de espera e alimentação!
Frutas, verduras e legumes compunham o cardápio. Sucos, de preferência, com vitamina C, porém, nunca associados a cálcio, se não perderiam o efeito. Folhas verde escuras (gente, comi quilos), peixe com alto teor de ômega 3 etc. Sem falar nos proibidos: embutidos, refrigerantes, doces, temperos prontos etc. Um dia, resumindo as orientações da minha obstetra, disse: "É só a gente se alimentar como os índios certo?" Ela sorriu, confirmando.
A preocupação com a alimentação saudável dos nossos pequenos é um FATO.
Alícia nasceu linda e saudável.
Primeiro vem a amamentação. Nos preocupamos com o que comemos novamente. Precisamos de um "leite forte", mas também temos que evitar os alimentos que causam as cólicas.
Amamentei Alícia exclusivamente durante 6 meses. Acompanhávamos o desenvolvimento dela com o auxílio do Banco de leite da nossa cidade. Nessa rotina, tínhamos que pesá-la toda semana. Quem dera pesar todo dia.... Mãe desesperada, ou melhor, MÃE (sem a necessidade do adjetivo) para acompanhar os 20 gramas diários de ganho, improvisei um jeito de pesar o bebê utilizando uma balança de banheiro e uma fôrma de cozinha acolchoada com uma manta! Nessas horas sou criativa! Coloca Alicinha ali dentro e pesava!
A felicidade que nos invade quando vemos nosso bebê engordando é inexplicável. Peso não é sinônimo de saúde, mas é de alegria. Quando colocamos aquele bebê na balança e constatamos o ganho....ufa!  e Oba!!!! É essa a sensação.  
Logo em seguida começa o suquinho,

a frutinha,


e a papinha salgada

Todos tem uma ordem médica. Primeiro a laranja, depois mamão. Em relação as frutas: primeiro a banana-maça, depois a maça, depois o mamão. 
Toca para o hortifruti papai!!! Fizemos a festa! Compramos legumes, frutas e verduras pra um batalhão! Bebê prova e...cospe. Comer mesmo só dali a alguns dias.
"Para comprovar que o bebê não gosta de um alimento, ele precisa rejeitá-lo 10 vezes". Fonte: Google. Origem da pesquisa: Mãe de primeira viagem sedenta por ver o filho alimentado.
Suco, frutinha da manhã, almoço. Nessa fase, passamos o dia por conta da alimentação deles. Todas viramos mestre-cuca e dá-lhe mandioquinha, couve e beterraba. O jogo de cores é fundamental na alimentação (ensinou o pediatra). 
7 meses= inicia o feijão.
8 meses= gema do ovo (a clara é um perigo! rsrs - quando poderia imaginar que uma inocente clara de ovo pudesse fazer tão mal a alguém?)
9 meses= lentilha e macarrão.
10 meses= clara do ovo (deixa milagrosamente de ser inimiga).
11 meses....1 ano: Pode tudo!

Nesse meio tempo, a cada mês, a bendita hora de pesar e ver onde o bebê está na curva de peso.
Alícia, sempre foi um bebê saudável. Sempre na média da curva de peso. Nunca acima. 
Na minha cabecinha de mãe (lá dentro mora uma psicóloga, que muitas vezes a mãe da Alícia nem tem acesso) aquele pontinho de caneta que o pediatra marcava em cima da linha média era tenso. Quase como se ela estivesse na corda bamba pra cair daquela curva que dividia os bebês saudáveis dos não saudáveis. 
Então, como a minha linda mãe e minha saudosa avó, integrei um time que até então dizia em alto e bom som que nunca faria parte: O time do faço tudo pra ver minha filha bem alimentada! 
Aliás, depois que me tornei mãe me inscrevi em alguns times e em parte deles posso dizer que sou até presidente, com direito a carteirinha e tudo.
Diante da minha história contada aqui, não posso negar que ingressei esse time assim que sonhei com a possibilidade de me tornar mãe!
E faz aviãozinho. Oferece primeiro os alimentos mais rejeitados. Leva pra frente da TV...
O papai diz: Aline, quando ela tiver fome ela vai comer. 
Mamãe angustiada, faz o teste e reage com naturalidade a mísera quantidade que ela comeu. Bebê contraria o papai (aliás, essa questão do contrariar dá com certeza um post) e continua a comer pouco, digamos que quase nada,para meus parâmetros maternos. 
Queridos amigos, leitores, não sei o que motiva mais nossa tentativa diária em "engordar" nossa cria. Mas, é um desprazer tão grande voltar para a cozinha com um prato cheio, quase intocado de vitaminas, que a essa hora eram pra estar fortalecendo aquela belezura de bebezinho, que só Deus explica, mantém uma linda e redonda coxa e bochecha.
Nos é dada uma responsabilidade tão maravilhosa e tão gigantesca: filhos!
Nosso medo de falhar é proporcional ao nosso amor de mãe!
Uma vez fonte de alimentação....eternas preocupadas com isso!
Quem nunca barganhou uma colherada de brócolis, uma fruta em meio a uma temporada de férias na casa da vovó, ou alguns goles de suco em meio a brincadeira num parquinho que atire a primeira pedra?

Obs: Papais, por favor, não me apedrejem! Esse desafio é só para as mamães. 



Ass: Mãe da Alícia

3 comentários:

  1. Depois q vc escreveu isso, a alimentação dela mudou....ehheheh ... Como vc havia falado.... Aki em casa rolou suco de abacaxi, banana e uva!!!

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  2. Pois é Marcela!
    Acho que ela acessa o blog durante a madrugada!
    hehe

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